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Um pouco de história...
 
As religiões ayahuasqueiras são legatárias de um mesmo conjunto de referências religiosas e culturais, que inclui o xamanismo ameríndio, o cristianismo (sobretudo as modalidades de catolicismo popular do nordeste), as religiões afrobrasileiras, as correntes esotéricas de origem européia e o espiritismo kardecista.
 
Essas comunidades religiosas foram criadas após o início do ciclo da borracha em 1930, período de urbanização da região norte do país e de grande interação entre seringueiros e indígenas de tribos xamânicas. Nesse período, em Rio Branco, capital do Acre, Raimundo Irineu Serra, ex-seringueiro, migrante do Maranhão e conhecido “curador”, após ter experimentado a bebida oferecida por pessoas que tiveram contato com costumes indígenas, começou a ter visões que mudaram seu comportamento e qualidade de vida. Iniciava, então, um culto de comunidade que possuía como ponto básico a ingestão da ayahuasca denominada aqui de Santo Daime, que daria também origem ao nome da religião.
 
Atualmente o Santo Daime engloba duas vertentes religiosas principais: grupos genericamente identificados como “linha do Alto Santo” e agrupamentos conhecidos popularmente como “linha do Padrinho Sebastião (Mota de Melo)”, sendo que a maioria destes últimos está ligada ao Cefluris – Igreja do Culto Eclético da Fluente Luz Universal Patrono Sebastião Mota de Melo. O Cefluris se espalhou por todo o mundo, embora seus agrupamentos se caracterizem, em linhas genéricas, por uma estrutura organizacional pouco rígida e uma grande circulação de adeptos.
 
Por volta de 1945 foi fundada por Frei Daniel Pereira de Mattos a Barquinha, também em Rio Branco, Acre. Talvez esta seja a linha ayahuasqueira mais eclética das três, possuindo influências de práticas religiosas, tais como catolicismo, xamanismo indígena e religiões afro-brasileiras. É a menor das três principais vertentes ayahuasqueiras no Brasil e está concentrada na região norte do país. Na Barquinha, há uma maior influência de elementos de origem Afro – provenientes da Umbanda, do Candomblé, do Tambor de Mina e do Catimbó. Este sistema religioso dá vida a práticas espirituais com uma forte ênfase na cura através da fé, sendo marcado por um extenso calendário de rituais.
 
Na década de 1960, através do “mestre” José Gabriel da Costa, forma-se a União do Vegetal (UDV) com sede em Planaltina (Brasília-DF). Esta organização possui uma doutrina cristã-reencarnacionista, permeada por elementos do espiritismo kardecista e de outras manifestações religiosas urbanas. É a maior das três religiões ayahuasqueiras e a mais hierárquica, organizada e burocratizada, sendo também aquela com maior interesse em legitimar o uso da ayahuasca a partir de um ponto de vista científico e biomédico.
 
O grupo neo-ayahuasqueiro urbano Associação Beneficente Luz de Salomão (Ablusa), liderado pelo psiquiatra Wilson Gonzaga, em Mogi das Cruzes (SP) é uma organização religiosa que, embora independente e com particularidades próprias, mantém rituais semelhantes aos do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal (UDV). Tem por objetivo, entre outros, “auxiliar moradores de rua na recuperação de suas dependências e na reintegração à vida social”. Isto se dá através de sessões com o Vegetal, bem como da distribuição de refeições gratuitas em uma casa no bairro da Barra Funda, na cidade de São Paulo (SP), realização de terapias grupais e encontros de oração semanais. Além disto, o grupo administra o Projeto Fazendo Renda, um projeto de artesanato, cuja renda é divida pelos participantes.
Além das religiões ayahuasqueiras e grupos neo-ayahuasqueiros no Brasil, existem centros terapêuticos que combinam elementos da medicina moderna ao uso cerimonial da ayahuasca, como o Takiwasi (no Peru) e o Ideaa (no Brasil).
 
O Takiwasi foi co-fundado por Jacques Mabit, um médico francês naturalizado peruano, no ano 1992. Ali, curandeiros locais, médicos, psicólogos e terapeutas exploram os potenciais curativos das terapias ocidentais juntamente com técnicas oriundas das terapias tradicionais amazônicas, utilizando a ayahuasca, plantas eméticas (que provocam vômito), dietas (isolamento na floresta com jejum especial e ingestão de plantas diversas), “sopladas” (assoprar com fumaça de tabaco ou perfumes), vida comunitária, atividades manuais e artísticas e psicoterapia.
 
Outro centro análogo ao Takiwasi é o Instituto de Etnopsicología Amazónica Aplicada (Ideaa), criado pelo médico psiquiatra barcelonês Josep María Fábregas. O Ideaa combina técnicas terapêuticas derivadas das tradições xamânicas ameríndias, da religião do Santo Daime, das escolas das terapias gestáltica e da psicologia humanista e transpessoal. O programa contempla também sessões individuais com a ayahuasca, bem como práticas contemplativas orientais, tais como Meditação Zen e a Yoga.
(extraído de http://www.neip.info)
 
O Instituto Audeia é universalista e defensor da liberdade individual. Sua linha de atuação baseia-se nas práticas xamânicas e gnósticas sem deixar de respeitar todas as formas de religião (re-ligar), entendendo que o melhor caminho é aquele
que nos leva à Fonte Criadora. Jesus mesmo dizia: “Quem não é contra nós, é a nosso favor”.

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A Ayahuasca é legalmente liberada para uso religioso no Brasil. Faça download do arquivo para ter acesso à Resolução do CONAD
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